Muitos dizem que beijar é igual andar de : depois que aprende nunca mais esquece. Posso dizer que beijar é muito mais fácil de aprender do que a andar de bicicleta. Logo no primeiro beijo percebemos que é tão simples e gostoso que nos perguntamos por que tanto medo.
Porque tanto medo?
Muitas coisas estão girando em nossa cabeça ao passarmos pela puberdade. Logo no início dela o que nos perturba é o medo do primeiro beijo. Vemos na novela e nos as pessoas brincando com suas línguas e produzindo movimentos indecifráveis em torno de um beijo. O fato é que beijos de e filmes são exagerados apenas para dar romance e sexualidade à cena. Um beijo comum não é tão movimentado e não é preciso fazer coisas tão difíceis com a língua. Deixe esses para quando você estiver apaixonado.O que fazer com a cabeça, o que fazer com a língua, o que fazer com as mãos, o que fazer… São todas as perguntas que ninguém encontrará respostas satisfatórias sem ter beijado. Cada pessoa tem uma maneira de pensar, de falar, de mostrar seus sentimentos e também de beijar. Portanto beijar diversas pessoas pode resultar em experiências bem diferentes entre cada uma, porém a essência e a sensualidade de um bom beijo continuarão em todos eles se você realmente se sente bem com cada uma.
Depois do primeiro beijo percebemos o quão fácil e gostoso é e então partimos para novas maneiras de beijar, fazemos ensaios e queremos ir além. Então sentimos a necessidade do sexo. As experiências para a primeira relação sexual possuem muitas fases em comum para o primeiro beijo. Passamos pelo medo, somos influenciados pelas mídias e pressionados pelo nosso corpo humano.
Somos pressionados também pelo nosso cotidiano. Vemos nossos amigos de escola com um namoro ou beijando na esquina e sentimos uma mistura de inveja, vontade e medo. Ficamos preocupados em como os outros olham para nós, imaginando que eles te “zoem” ou criem preconceitos. Aparece ainda o medo de ficar velho e nunca ter beijando. Por esses motivos muitos beijam a primeira pessoa que tiver oportunidade e acabam não tendo um beijo muito agradável. A primeira pessoa que beijamos é muito importante, assim como a primeira pessoa que temos uma relação sexual. É um momento inesquecível e é muito melhor lembrar-se da pessoa como alguém que valeu a pena.
Também encontramos uma pressão da família e dos amigos dela. Quem nunca foi em um aniversário ou evento e alguém comentou que vai arranjar ou que você precisa de um(a) (a)? Com as meninas os familiares são mais discretos e sensíveis. Geralmente quem comenta sobre um namoro é a mãe ou uma amiga dela. Já com os amigos, os homens da não param de perguntar e brincar sobre isso. Entendemos sob esta cultura o porquê a média de idade do homem que tira o famoso BV é menor do que a da mulher. O homem sente a necessidade de mostrar ações e coragem e, por isso, a pressão é maior. A mulher se sente menos pressionada porque recebe mais conforto e segurança.
O que mais dificulta o passo para o primeiro beijo é o medo. Sentir medo é algo sadio e natural, mas que todos devem superar. O mundo de confusões de um jovem acaba o colocando em alerta e alterando percepções e emoções. Com isso fica mais difícil a tomada de decisões e tudo se torna mais passível a erros. As decisões acabam sendo um fator crucial para a formação do perfil profissional e da motivação pessoal. O melhor nesses momentos é não ter pressa e deixar que a vida ensine o que deve ensinar.
Os meninos são instruídos desde cedo tanto pela família (principalmente pai e irmão mais velho) quanto pela realidade ao seu redor a entender que seu pênis deve ser idolatrado e usado freqüentemente. São muito comuns os casos que o pai mostra ou presenteia os filhos com uma revista pornográfica ou de ensaios sensuais. Os filhos sempre são perguntados sobre sua primeira namorada e, no inicio da puberdade, são pressionados para iniciarem sua vida sexual. De modo geral os pais são mais abertos e diretos quando o assunto sexual surge com o filho homem. A realidade também altera a forma de como ele visualiza a atividade sexual. É ele quem deve chegar nas garotas em uma balada; É ele quem deve comprar a camisinha; É ele que tem o poder de iniciar uma gravidez; Ele precisa estar excitado para que role uma transa. A história também faz parte dessa cultura, uma vez que a mulher era submissa e não tinha espaço para conversas ou atividades sexuais não-obrigatórias. O homem durante quase toda sua história possuía uma superioridade em relação às mulheres e o sexo tornava-se diversão e aquecimento para eles. A questão física também é um fator crucial para a cultura de idolatria ao pênis, que é um órgão exposto e por isso mais fácil de ser visto e tocado. Por todas essas razões, os homens se familiarizam com seus pênis mais cedo e os tocam sem nenhuma restrição. Para eles, o pênis é uma ferramenta do prazer. Essa familiarização reflete na freqüência masturbatória: do total de pesquisados no Projeto, 22% dos homens se masturbam duas ou três vezes por semana.
As meninas são sempre instruídas pelos pais (principalmente pela mãe) a cuidar muito bem da vagina e usá-la com total responsabilidade. De modo geral, as mulheres se preocupam muito mais com doenças sexuais e gravidez antes que os homens. O órgão sexual é mantido como precioso e poucas vezes são usadas palavras diretas quando o assunto é a vagina. Perceba como entre os dois órgãos sexuais humanos, dizer “vagina” soa muito mais grosseiro do que “pênis”. As mulheres crescem tratando a vagina e a preparando-a para sua primeira transa. Aliás, a primeira transa para a mulher é muito mais marcante e significativa, isso porque a mulher possui o hímen a ser rompido e geralmente ocorre dores e sangramento, o que acaba inibindo e criando dúvidas. São poucas as mulheres que se masturbam antes da primeira relação sexual, ainda porque esse assunto não é iniciado pelos pais. Voltando na história, a mulher era tida como ferramenta sexual por reis e príncipes, onde elas não tinham liberdade para conversar sobre ou mesmo se masturbarem. Voltando mais alguns anos, os homens usavam do sexo como modo de se aquecerem do frio e de se divertirem. Essas cenas transformaram a mulher em um meio de agradar os homens sempre que quiserem. O órgão da mulher é interno e mais complexo do que o pênis. A mulher não consegue ver sua vagina completamente sem ajuda de um espelho e há várias maneiras de se estimularem. Essa dificuldade ajuda na formação da identidade feminina uma vez que é necessário proteger um órgão muito mais sensível. Além de todos os fatos, a mulher possui períodos de fertilidade e de aridez devido ao ciclo menstrual que altera momentaneamente em sua personalidade. Isso tudo mostra o porquê das mulheres demorarem a se tocarem. O medo e o tabu ainda prevalecem e por isso apenas 17% das mulheres se masturbam duas ou três vezes por semana. Para elas, a vagina é um órgão íntimo.
